segunda-feira, 18 de maio de 2009

Decisões

A vida passa tão rápida.
De repente, somos adultos. De repente, somos mães e pais. De repente estamos velhos.
Ao longo dela, da vida, temos de tomar muitas decisões. A maioria delas, muito importante. Destas decisões depende nossa felicidade.
A vida nos traz muitos encantamentos, muitas alegrias. O aprendizado é constante.
Tantas vezes choramos ou nos desesperamos quando a dor nos bate a porta. Mas, acredito que toda e qualquer experiência, feliz ou não, traz um aprendizado importante e que vai enriquecer nossa vida.
Fazendo uma retrospectiva poderemos observar todos os momentos da vida e cada um deles trouxe algo de novo, um aprendizado diferente, porém, especial. Cada lágrima e cada sorriso acrescentaram sabedoria, experiência e novo olhar sobre o viver.
Dizendo isto não quero enfatizar a dor. Mesmo porque, bem sofrer não significa cultivar sofrimento e não precisamos ser conformistas, nem agravar as dores pelas quais passamos.
Na verdade, penso que devemos ter coragem e serenidade para enfrentar as situações. Acrescento, ainda, que cultivar esperança é um hábito bastante salutar.
Talvez eu esteja rodeando para dizer a mim mesmo que é chegada a hora da verdade. A hora de uma grande decisão.
Tem certas situações em que temos de fazer as escolhas. Não é só quando parimos que se corta o tal cordão umbilical. Tem vários momentos em que se faz necessária a separação. E não só de pessoas, mas, também, de coisas, de lugares.
Chega-se no alto da maturidade e verificamos que ainda há que se ter um início. Ou, um reinício, eu diria.
Sim. Uma nova etapa da vida se inicia, para mim. Um ciclo se fecha para que outro se inicie. Devo superar o medo e a incerteza e encontrar a serenidade e discernimento, na hora da decisão. Afinal, lutar pela felicidade e ir ao encontro dela através de atitudes acertadas é nosso dever.
Tudo dará certo.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Por extensão

São Paulo é encantadora. Curvo-me diante de seu esplendor.
Não é por ser minha cidade natal, meu berço esplêndido, não. São Paulo é a cidade que pode ter e tem o mundo dentro de si.
Sempre que me refiro a ela, Sampa, quero reverenciá-la e homenageá-la.
Não há como não me emocionar ao caminhar por suas ruas e avenidas, ver seus parques e monumentos, seus arranha-céus feito totens majestosos numa selva de pedras cujos habitantes, muitas vezes, viram selvagens pela própria necessidade de sobreviver. E, digo selvagens no sentido de ser mais rústicos e fortes, pois que a luta diária não é fácil.
Mas, não quero lembrar a dureza da vida, muito menos da dureza da vida das grandes metrópoles.
Neste momento, só quero lembrar a noite de ontem (06/05/2009) quando pude visitar uma exposição linda, que me permitiu ficar mais próxima de um amigo querido.
Através do trabalho de Aécio Sarti, na exposição “Roupas de ver Deus”, exposto até 22/05/09 no Centro Cultural do Banco Central em São Paulo, pudemos ficar um tanto mais perto de nosso querido José Carlos Barreiro. Sim. O nosso Zeca, das Janelas. Foi ele quem organizou toda a exposição em São Paulo, mas, não pôde estar presente na inauguração.
Além de vermos as obras lindíssimas, pudemos, também, abraçar Aécio Sarti, conversar com ele e tirar algumas fotos.
Fiquei mentalizando o nosso Zeca e, ao abraçar Aécio, senti a vibração querida de nosso amigo, que teve que ficar em Paraty.
Estávamos Miguel e eu, naquela noite, saboreando o delicioso coquetel e apreciando as telas originais de Aécio. Um trabalho diferente e interessante que vale ser conferido.
Parabéns a Aécio por seu trabalho e parabéns ao Zeca pelo brilho e organização da exposição.
São Paulo está mais bonita, agora
.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Reflexão

Tenho lido textos interessantes em blogs amigos. Alguns destes textos tem me levado a reflexões e a discernir sobre muita coisa.
De tudo que tenho lido, foquei minha atenção em três pontos importantes, no meu modo de ver. A questão da tolerância, a arte e os modismos.
Em tempo de globalização, a cultura de todos os povos tem relevante importância neste processo. Enquanto a educação formal treina a capacidade de assimilação e análise, levando à interação social, a cultura de cada povo desenvolve sua alma, colaborando para o desenvolvimento de sua sensibilidade.
Como seres humanos, somos essencialmente emocionais, muito mais que racionais, numa proporção que produz a fantástica reação de alegria e vontade de viver.
Entendo que temos de libertar a cultura dos povos para abrirmos as portas da sensibilidade, atingindo todas as pessoas, facilitando e promovendo a arte, o talento, a criatividade, a interpretação, na vida de todos nós. Vejo a cultura como a linguagem universal, livre de qualquer código vocal, de qualquer nível de preparação e que rompe barreiras e limites de qualquer ordem, levando o ser humano de todos os credos, cor, raça, classe social a se emocionar com a criatividade através da cultura e da arte.
Talvez ainda não tenhamos descoberto, efetivamente, a importância da cultura neste processo de engrandecimento de todos e, trabalhar os limites naturais dos recursos de que dispomos é um passo importante, tendo em vista que é óbvio o fato de sermos diferentes uns dos outros, no que se refere ao potencial de entendimento que utilizamos na assimilação de qualquer coisa.
Com relação à cultura de outros povos, por exemplo, a trazemos para nos vestir nos ditames da moda, para decorar nossas casas, para cantar algumas canções, para usar determinadas expressões, mas, ainda não trazemos todos os povos aos nossos corações e não os vemos como irmãos.
Para sermos tolerantes, efetivamente, muitos outros passos importantes teremos de dar, como a educação, a compreensão, o raciocínio, a gentilidade
, entre outras, procurando dar o melhor de nós para que a sociedade seja melhor como um todo.





Recebi um selinho da Jeanne, do blog: http://conscienciaevida.blogspot.com/


Jeanne, agradeço pelo carinho e pela lembrança.

Regras:
1 - Exibir a imagem;
2 - Postar o link do blog que o premiou;
3 - Publicar regras;
4 - Indicar 10 blogs para receber o selo;
5 - Avisar aos indicados.
Repasso o selo para:

Miguel, do Prosa e Verso
Dora, do Pretensos Colóquios
Ana Lúcia, do Essência sem Fronteira
Beti Timm, do Rosa Choque
Aline, do cherryblog3
Eurico, do Eu lírico
Eráclito, do Recanto Poético
Kátia, do Sonho em foco
Crys, do jardim de letras
Karine, do Ponto-K

terça-feira, 14 de abril de 2009

Saudade de tudo

Tem dias que acordamos com saudade de tudo. Determinadas imagens, determinados cheiros, nos levam a lembranças do passado. Bate aquela saudade danada.
Abri minha janela do quarto, pela manhã, e vi alguns meninos empinando suas pipas, numa conversa centrada sobre técnicas de manuseio das pipas, sobre tipos de linhas, cerol, etc. Senti tanta saudade de minha infância quando eu ajudava ao meu irmão a confeccionar as pipas para, depois, sairmos correndo pela rua a empiná-las.
Queria ser criança de novo e acordar de manhãzinha com aquele cheirinho gostoso de café, coado no coador de pano, com minha mãe nos chamando para irmos à escola. Mas, não sem tomarmos nossa xícara, enorme e esfumegante, de leite com café e um naco de pão de filão, tão quente que derretia a manteiga, daquelas de lata. Lá íamos nós, meus irmãos e eu, para a escola, levando nossas lancheiras com sanduíches de mortadela ou pão doce recheado de creme e nossas garrafinhas com suco de groselha ou mesmo laranjada.
Quando voltávamos da escola, muitas vezes íamos seguindo o homem do biju, ouvindo o trec trec e já combinando entre nós o modo como iríamos pedir o dinheiro para a mamãe para podermos comprar.
Lembrei-me da vendinha na esquina, onde tinha tanto doce que ficávamos na dúvida sobre qual comprar, se o de abóbora em forma de coração, o de batata roxa ou o suspiro cor de rosa.
Tantas guloseimas...Fez-me lembrar, também, do homem que vendia língua de sogra, um doce com massa assada, em forma de canudo e recheada com creme. Também a barraca de queijadinha, quebra-queixo, maria mole, machadinha, cocada...hummmm! Que saudade!
Saudade da hora do almoço, quando mamãe e nós, sentávamos à mesa para saborearmos as comidinhas simples, cheirosas e super saborosas que eram o feijão com arroz, bife e batatas fritas na hora. Quando tinha bolinho de espinafre ríamos da cara feia que meu irmão fazia e a maneira como conseguia convencer mamãe e trocar por um ovo frito.
Nas noites frias, uma sopa bem quente, de mandioquinha, de legumes com macarrão aletria, sopa de feijão ou canja de galinha quando estávamos doentes.
Saudade dos finais de semana, quando minha mãe preparava, em casa mesmo, deliciosas pizzas e do almoço de domingo com aquela bela macarronada, frango na caçarola e salada de maionese. Como sobremesa não podia faltar manjar branco com calda de ameixa, arroz doce, pudim de pão, doce de abóbora ou mesmo goiaba cascão com queijo minas macio.
Quando passava a carrocinha da Kibon era aquele alvoroço da criançada, pedindo chicabon ou esquibon, lembram? Mas, se estivesse com dor de garganta só podia comer chocolate kicoisa ou kibamba, tanto faz.
Ah! Que saudade das frutas frescas, muitas delas, colhidas no pé, quando íamos em férias para casa de nossa bisavó, no interior de SP ou em casa de nossas tias, no sul de MG. Mangas cheirosas, mexericas, pitangas gorduchas, jabuticabas que estouravam na boca, abacates arremessados da arvore por meu irmão, metido a valente e que sempre subia nas árvores para apanhar as frutas e soltá-las para que pudéssemos pegar em nossas saias rodadas, que serviam de aparadores. Entre suor e gargalhadas voltávamos correndo para a casa da Bisa e despejávamos tudo sobre o chão de cimento batido e encerado de vermelho. Em verdadeiro ritual, começávamos o processamento dos sucos e vitaminas, deixando nossa Bisa e nossa mãe com os cabelos em pé, por tantos pedidos ao mesmo tempo.
À tarde, enquanto brincávamos explorando o lindo quintal, repleto de árvores e esconderijos, sentíamos o perfume delicioso dos bolos de fubá ou de milho, de mandioca ou de chocolate, que logo seriam degustados com goles sôfregos de leite com café, ou, com groselha nos dias mais quentes, suco de laranja sem coar para não tirar o prazer de mastigar os pedacinhos de bagaço.
Nas tardes mais geladas, enfiados sob cobertores ou colchas de retalho, mamãe nos trazia mingau de aveia, de cremogema ou de maisena.
E as festas juninas? Quanta saudade. Além de toda comilança das paçocas, pés de moleque, pamonha, curau, tinham as danças inesquecíveis das quadrilhas mal ensaiadas entre os familiares e amigos, as barraquinhas da pesca, da argola, do tiro ao alvo, do pau de sebo.
As festas de aniversário com muitos brigadeiros, beijinhos, cajuzinhos, balas de coco embrulhadas em papel crepom rosa ou azul, o bolo recheado com doce de leite e confeitado por mamãe que não vencia de vigiar para que não ficasse a marca de nossos dedos abelhudos sobre o glacê e bolinhas coloridas.
Tanta saudade de meu amado pai, ralhando com minha mãe e a dizer para que deixasse a criançada fazer o que quisesse, pois que a festa era nossa.
Ah! Papai do céu! Hoje é você que o ouve cantar bem alto a canção do parabéns a você, junto com todos os nossos avós, tios, sobrinhos, parentes, amigos, que já estão aí no céu, com meu querido pai.
Saudade de tudo
.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Minha menina

Eu ainda era uma menina, mas, ansiava pela minha emancipação. Eu queria ter uma casa só minha, uma vida só minha.
Quando jovens somos acometidos por muitas ilusões.
Casei-me jovem, em Fevereiro de 1977. E queria ser mãe. Ah! Como eu queria! Nasci para ser mãe. Eu queria ficar grávida logo e, logo, fiquei.
Que alegria! Um ser vivo, se formando dentro de mim. Em breve, um coraçãozinho pulsaria, em compasso diferente, mas junto com o meu.
Por nove meses aquele ser seria todo meu...Era todo meu.
A cada dia que se passava, aumentava minha vontade de ver aquele rostinho, pegar naquelas mãozinhas, beijar aquela face.
A cada semana minha barriga crescia um pouquinho mais. Eu amava minha barriga. Conversava com ela, a acariciava. Olhava-me no espelho e ficava toda orgulhosa.
Finalmente, o grande dia chegou. Era uma tarde do dia 04 de Abril de 1978. Às 16 horas, na sala de parto do Hospital João XXIII, no Parque da Mooca, em São Paulo, através de um parto normal, ouvi seu choro. Um brado de vida que me encheu o coração de imensa ternura. Eu dei à luz a uma menina linda. Pele rosada, lábios vermelhinhos, poucos cabelos e um pulmão poderoso que fez todo o setor ouvir seu grito de vida. O médico a colocou sobre mim, ainda toda lambuzada de sangue e resíduos placentários, até que cortasse o cordão umbilical e minhas lágrimas de felicidade deram-lhe as boas vindas.
Não levou a famosa palmada no bumbum, pois saiu de dentro de mim já chorando, enchendo seu pulmãozinho de ar.
Naquela hora eu jamais poderia imaginar o que o destino nos reservava. Eu, também, não sabia que eu não poderia evitar as palmadas que a vida lhe daria. Eu não sabia que eu seria impotente para evitar os sofrimentos que certas atitudes lhe trariam.
A minha menina foi cercada de conforto, carinho, respeito e amor. Mas, todos estes ingredientes não impediram que ela tomasse decisões.
Minha menina virou adolescente. Rebelde sem causa.
Minha menina se apaixonou. Enfrentou o mundo em nome deste amor.
Um dia, a minha menina se tornou mãe. Mãe de menina.
Devo confessar que ela também nasceu para ser mãe. Mãe de meninas. Hoje são quatro. Quatro sementes de minha semente. Na verdade, hoje tenho cinco meninas. Sou feliz.
Neste próximo dia 4 de Abril, quero lhe abraçar muito, minha filha. Comemorar seu aniversário todas nós. Nathalia, Anna Luiza, Fernanda, Giovanna, Kátia e eu. O clube da “Luluzinha”.
Os meninos irão morrer de inveja.
Eu amo você, Kátia, minha menina, assim como amo suas meninas.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Ajuda no INSS

Revendo alguns documentos antigos, encontrei formulários e protocolos da época em que fui, junto com minha mãe, dar entrada ao pedido de pensão para ela junto ao INSS, após o falecimento de meu querido paizinho. Sempre fui eu quem deu assessoria aos meus pais em qualquer situação que envolvia órgãos públicos, cartórios, repartições, advogados, etc.
Nos idos de 1990 a burocracia era enorme. Filas imensas, funcionários indolentes, reclamações do público e uma gama sem fim de problemas.
Estávamos na fila, minha mãe e eu, aguardando sermos atendidas. Coloquei minha mãe sentada em um dos bancos próximos, pois ela já estava bastante cansada de ficar em pé. Fiquei na fila. De repente, um tumulto num trecho mais atrás da fila. Correria, pedidos de ajuda, alaridos, etc. Vi que tinha uma pessoa caída ao chão... Minha velha mania de me preocupar quando se trata de pessoas, principalmente as idosas, me levou a olhar mais atentamente e escutar o que falavam. O senhor, caído, foi deixado ali no chão e aquilo me incomodava sobremaneira. Saí da fila e pedi ajuda aos demais para colocarmos o homem deitado em um dos bancos que havia próximo do local, enquanto enfermeiras não chegassem para ajudá-lo. Logo passei de mera expectadora para auxiliar de socorro. Quando o pessoal da enfermagem chegou com água, abanadores e, até, um algodão embebido em amônia para despertar do desmaio o homem, eu ainda estava ali, em pé, aguardando os acontecimentos seguintes.
O homem foi se recuperando, aos poucos, e foi sendo indagado sobre o seu nome, endereço e se estava sozinho, etc, estas coisas básicas que perguntam. Ele foi respondendo tudo. Soubemos que ele residia no bairro do Ipiranga em São Paulo.
O encarregado da assistência social da unidade do INSS em que estávamos veio ajudar naquilo que fosse necessário e perguntou aos presentes se havia alguém que morasse perto do senhor enfermo e que se dispusesse em levá-lo para casa, para que ele não fosse embora sozinho. Caso não houvesse ninguém, eles o levariam de ambulância. O homem disse que não precisaria da ambulância e que preferiria ir embora para casa, de ônibus mesmo.
Eu, com meu velho perfil filantrópico e preocupada com a situação daquele homem me prontifiquei em levá-lo para casa, em meu carro. Porém, ele teria de me aguardar, pois que eu precisaria resolver a situação de minha mãe, ali no posto.
Logo o funcionário passou a ficha do homem para o primeiro atendimento e pegou a minha ficha também, agilizando o andamento dos protocolos para que eu pudesse levar aquele homem para casa, o quanto antes.
Fui até onde minha mãe estava e comuniquei a ela o ocorrido e logo fomos atendidos, o homem e nós.
Assim, pude levá-lo para casa, em meu carro, junto com minha mãe. Levamos o Sr. Antonio até a portaria do prédio onde ele residia, aguardei o porteiro abrir o portão e esperei até ele entrar, já acompanhado de sua esposa que veio em seu auxílio. Só depois, voltei para minha casa, em São Bernardo do Campo, levando minha mãe, toda orgulhosa e feliz por ter o seu pedido de pensão previdenciária agilizado.
Desde aquele dia, nos tornamos amigos, o Sr. Antonio e esposa e nós, minha mãe e eu.
Penso que sempre vale à pena ajudar, seja quem for e em que situação for, quando está ao nosso alcance fazê-lo.

terça-feira, 17 de março de 2009

O que é o amor

O que é o amor?
O Amor abrange a compreensão e a tolerância, pois quem ama compreende o ser amado e sabe tolerá-lo em todas as circunstâncias. Então, deduzo que ainda não sabemos amar.
Abrange também a Verdade, pois quem ama sabe que o alvo supremo do Amor é a Verdade. Ainda não somos capazes de falar e ouvir a Verdade.
O amor egoísta do homem por si mesmo expande-se no desenvolvimento psicobiológico como, segundo se sabe, em amor altruísta, amor pelos outros, a partir do núcleo familiar até à Sociedade, à Pátria e à Humanidade.
O Amor não tem limites, mas nós, os homens, somos criaturas limitadas e estamos condicionados, em cada existência, pelas limitações da condição humana.
Nos só sabemos amar, por enquanto e de maneira especial aqueles que estão ligados a nós nesta vida.
Amamos a todos os seres e a todas as coisas na proporção do nosso alcance mental de compreensão da realidade.
Amamos a nossa Terra, o pedaço do mundo em que nascemos e vivemos e a parte populacional a que pertencemos.
Amamos os que estão além da Terra... Aqueles que nos precederam no túmulo e se encontram em outras dimensões do universo.
Ainda impomos limites ao Amor. Limites temporários da nossa condição humana, nesta nossa fase evolutiva.
É este o nosso primeiro degrau para a transcendência espiritual. Na proporção em que a nossa capacidade infinita de amar se concretiza na realidade afetiva (nascida dos sentimentos profundos e verdadeiros do amor) sentimo-nos elevados a planos superiores de afetividade intelecto-moral, respeitando progressivamente todas as expressões da vida e da beleza em todo o Universo.
O Amor não é gosto, nem preferência, nem desejo — é afeição, ou seja, afetividade em ação, fluxo permanente de vibrações psicoemocionais do ser que se expandem em todas as direções da realidade.
Foi por isso que Francisco de Assis amou com a mesma ternura e o mesmo afeto, chamando-os de irmãos, aos minerais, aos vegetais, aos animais, aos homens e aos astros no Infinito.
Da mesma forma que Jesus amou indistintamente a todos nós, mesmo aos seus algozes.
As ondas do Amor atingem a todas as distâncias, elevações e profundidades, não podendo ser medidas, como fazemos com as ondas hertzianas do rádio.
Depois de ultrapassar os limites possíveis da Criação, o Amor atinge o seu alvo maior, que é Deus, e Nele se transfunde.


Estas duas estrelas fazem aniversário hoje e amanhã.

Hoje (19/03) faz a Claudia, minha irmã caçula, estrela do meu céu familiar.

Amanhã (20/03), minha mãe fará 80 anos. A estrela mater de nosso clã.

Clau....pra você o meu mais carinhoso beijo e o mais forte abraço, recheado de amizade e carinho e respeito.

Mãe...talvez não nos falemos mais, nesta encarnação. Talvez não nos vejamos mais. Mas, o meu espírito a vê e lhe agradece pela dádiva da reencarnação. Você e papai deram-nos, a mim e a meus irmãos, esta chance, por amor.

Sou-lhe grata, mãezinha.Que Deus a recompense e a faça receber o meu amor e gratidão, mesmo em meio a confusão de sua cabecinha, acometida pelo Alzheimer, que veio só para que você pudesse repousar um pouco, depois de tantas batalhas da vida.

Claudia, eu te amo! E sei que você dirá comigo, agora: Mamãe, amamos você!

terça-feira, 10 de março de 2009

Memória esquisita


Às vezes acho esquisito. As pessoas vivem angustiadas. Parecem loucas ou mal educadas. Talvez, quem sabe, sofram de miopia. Parece que não enxergam. Miopia mental, se é que existe isso.
Pessoas chamando outras de querida, perguntando se está tudo bem, ou, como vai a família, numa busca para driblar situações e descobrir com quem estão falando. Confundem mãe com filha, perguntam da saúde de quem já morreu, trocam nomes.
Uma espécie de amnésia persegue muitos de nós. A memória falha. Tem gente que fica revirando a bolsa, procurando os óculos que estão bem na testa ou pendurados ao pescoço. Quantos esquecem as chaves no escritório e não conseguem entrar em casa sem a ajuda do chaveiro de plantão. Guarda-chuva? O que é isso? Parece fora de uso. Nunca nos lembramos de pegá-lo.
Há quem fique escaneando a memória atrás de palavras e informações que se escondem na confusão dos neurônios. Embatucam no meio de frases e acontece o pior: não sabem mais o que iam dizer.
Dezenas de recados, anotados em “post-its” diversos que nem se lembram de ler. A memória cada vez mais cansada, diminuída.
Mas, engraçado que temos memória de elefante para coisas que não tem a menor utilidade prática, como por exemplo, letras de gingles de comerciais antigos, números de telefone das colegas da escola primária, melodias que, a um breve acorde, cenas inteiras revivemos como se tivessem acontecido naquele instante, poesias que recitamos de cor e que aprendemos na infância... Estranho, né? Ou melhor, não é estranho, pois a expressão “de cor” vem do latim cuore, que quer dizer coração e, o que passa pelo coração, nunca esquecemos.
Nem adianta querer dizer que se está ficando velho, porque temos de deixar de lado antigos preconceitos. Mesmo porque, a memória dos jovens não é melhor, tem apenas mais espaço livre.
Desperdiçamos memória com bobagens que nunca iremos usar. Para que serve saber quantos são os afluentes do Rio São Francisco?
Será melhor selecionar as zilhões de informações que recebemos, deletar o que não importa e armazenar o que interessa.
A medicina já é capaz de nos ajudar a potencializar nossa memória. Os médicos indicam certos medicamentos, mas, só irão funcionar se lembrarmos de tomá-los.
Palavras cruzadas são ótimas para o exercício de reter informações. 15 quilos correspondem a uma arroba. Einstein tinha como primeiro nome Albert...
Aquela atriz que fez aquele filme lindo e que o rapaz morre e tenta falar com ela através daquela outra que também fez aquele outro filme em que ela se disfarçou de freira, num convento onde várias freiras cantavam. Lembrei... Esta atriz do filme do rapaz que morreu foi casada com aquele ator, meio carequinha e que também fez aquele outro filme em que era um psiquiatra e que tenta ajudar o menino que via pessoas que já haviam morrido...
Desisto.
Penso que seria melhor instalarmos um upgrade na memória e, também, um sistema de busca.
Busquei no Google e o filme é o Ghost. Isso. Busquei novamente e a atriz é a Demi Moore. A outra é a Woopi Goldberg.
Não levou nem um minuto. É claro que eu sabia! A informação só estava perdida no buraco negro da mente.
Ainda bem. Fiquei mais animada. Já estava me somando ao total de pessoas que só comem gergelim para lembrar o nome do grão.
Oh medicina! Ajuda nosso cérebro avançar tanto quanto avança a ciência!

quinta-feira, 5 de março de 2009


É comum nos considerarmos superiores, inteligentes, privilegiados, pois pensamos que somos os únicos no universo e que Deus populou somente a Terra, dando aos seus habitantes a supremacia absoluta.
Só este pensamento já nos daria a condição de ignorantes, pois Deus, sabedoria suprema, não se daria a caprichos...
O simples fato de fazermos distinções, de excluirmos metade da população terrestre, já nos faz pequenos e limitados.
Nesta época, quando se comemora o dia internacional da mulher, me pego pensando em seu papel na sociedade humana.
Em todas as épocas da humanidade, ela foi discriminada e, até, preterida, pois os homens de certas culturas davam mais valor a animais do que a ela.
Sob a força dos milênios, a mulher vem se superando, vencendo diversas barreiras, rompendo grilhões e tirando amordaças, do jugo masculino que a sobrepuja pelas contingências e desequilíbrios de todos os tempos.
Mas, por mais que os homens a espezinhem, a subjuguem, a amaldiçoem, a desprezem, a marginalizem, eles não podem negar a sua importância no mundo, detentora da chave da vida que ela é.
Todos somos iguais, diante de Deus, mas, Ele nos outorgou funções e responsabilidades diferentes para que o conjunto fique perfeito.
Há que se tirar o ranço de velhas culturas que mostraram a mulher, ao longo dos milênios, como objeto de pouco ou nenhum valor.
A cultura machista, sustentada pelo Velho Testamento que faz da mulher inferior e perigosa, responsável pelo “pecado original” que prejudicou toda humanidade, predominou nos corações durante muitos séculos.
Para mim, cristã que sou, considero importantíssimo o papel de Jesus, não só pelas lições de amor deixadas para toda a humanidade, mas, sobretudo, pela coragem de Jesus ao enfrentar a Lei que autorizava o apedrejamento da mulher nos casos de adultério. Liberdade e responsabilidade: “Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra... Mulher, onde estão os que te acusam? Eu também não o faço! Vá e não tornes a errar, para que não te suceda o pior”. Ao olhar em torno e verificar que aqueles que se sentiam autorizados a apedrejá-la haviam sido destituídos deste poder por força dos próprios erros, postos em foque pela autoridade de Jesus, teve a mulher condições, até então desconhecidas, para empreender sua luta redentora.
A partir daí, muitos outros homens levantaram bandeiras em defesa da mulher, deixando-nos exemplos valorosos de dignidade e respeito. Somente as mentes evoluídas no bem, são capazes de compreender e tudo fazer para que se faça a igualdade.
Pouco fizemos e muito temos a fazer. O caminho é árduo, pois muitos são os obstáculos quanto à injustiça, abuso de força sobre a fraqueza decorrentes do pouco avanço moral da raça humana.
Se Deus deu menor força física à mulher, dotou-a, ao mesmo tempo, de maior sensibilidade, relacionada com a delicadeza das funções maternais e a fraqueza dos seres confiados aos seus cuidados. Funções estas de enorme importância, já que geram as primeiras noções da vida. E isso será sempre assim... A mulher trazendo à vida os seres humanos. E nisso vemos um recado direto e precioso de Deus que é o corpo físico humano, pois, embora a mulher iguala-se definitivamente ao homem pelos direitos, diferencia-se dele quanto às funções, dando-lhes a chance de se completarem mutuamente neste processo evolutivo.
Quero deixar, aqui, meu preito a todas as mulheres: mães, esposas, companheiras, irmãs, profissionais de todos os segmentos... Que nosso coração seja sempre a estrela brilhante de força, esperança, fé, amor e paz que faça cessar para sempre a luta entre os dois sexos, estas duas metades da humanidade que devem se aliar sempre, buscando o equilíbrio no amor, para cooperarem juntas na grande obra Divina que é a história da humanidade.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A vida começa aos 60

Hoje em dia o envelhecimento está se desmistificando. Terceira idade tem, até, nova nomenclatura, Melhor Idade!
Isso é muito legal. As estatísticas mostram que o homem (ser humano) tem, hoje, uma sobrevida. A medicina, a ciência de um modo geral, traz, cada vez mais, melhores condições para que haja esta sobrevida.
Clínicas, spas, ONGs, Centros de convivência, etc, proporcionam estas vantagens para os de melhor idade, que sabem aproveitar e viver melhor, realmente.
Agora os de melhor idade têm, até, preferência em financiamentos, excursões especiais, empregos direcionados e um leque de vantagens de fazer inveja a qualquer mocinho.
Foi-se o tempo em que a vida para os de terceira idade era esperar pelo fim. Hoje, a conversa é outra. Os de melhor idade passeiam, dançam, viajam, estudam, namoram, fazem planos para o futuro. Sim, não é o fim, mas, o começo. O começo de uma nova era. A era de dizer não a estes ranços do passado. A era que reconhece, nos de melhor idade, a pessoa que tem direito à vida e que deve ser inclusa na sociedade, pois que é muito produtiva, capaz, confiável, que pode conviver com todos, indistintamente, que são cidadãos, tão importantes quanto qualquer outro.
Posso dizer que estas pessoas maravilhosas da melhor idade são capazes de serem e fazerem outras pessoas felizes.
É muito bom quando as vejo dançando, fazendo ginásticas, trabalhando, produzindo, num esforço contínuo de serem desmistificados e aceitos.
A alegria que nos passam é contagiante e a vontade de todos eles são exemplos que devem ser seguidos.
Vivas para a melhor idade. A boa vida começa, realmente, aos 60.