

Gargalhadas gerais pela casa. Sobe e desce escadas. Correria, mil brincadeiras e sem horário para nada.
Entendo que brincar é preciso, bagunçar é preciso, mas, haja pique para tudo isto. Ao menos para mim, pobre avó que, além de trabalhar o dia todo na empresa, tem de suportar a dupla jornada em casa e a tripla jornada das férias escolares desta turminha da pesada que é o meu “Clube da Luluzinha”.
Férias escolares, prolongadas pelo surto de gripe suína...Oh, Deus! Sempre que começam as férias escolares, termina o sossego de pais e avós. Mas, digo isso no bom sentido, pois é sempre bom ter a criançada por perto, nos contagiando com sua alegria incessante.
Com a chuva intermitente em pleno mês de Julho que não nos dava trégua, o jeito foi improvisar. Zilhões de jogos pela Internet que elas mesmas estipularam critérios, cronometrados, para uso do computador, centenas de DVDs com filmes e desenhos super divertidos, festas de aniversários e batizados das bonecas, caça ao tesouro, bailes à fantasia, festa do pijama, do chapéu, jantares exóticos recheados de hambúrgueres, salsichas e batatas fritas, regados a muito refrigerante e sucos, toneladas de pipocas, bolos e bolinhos de chuva, quilolitros de chocolate quente, além dos insubstituíveis “miojos” e afins. Ninguém poderá imaginar. Ou, poderão...Sei lá!
Depois de um dia intenso de trabalho, após passar por um trânsito insuportável, com o céu desabando sobre a cidade, tudo o que se quer é chegar em casa, tomar um banho e se esborrachar no sofá sem querer saber se o mundo vai acabar ou não. Doce ilusão. Eu tinha de colocar meu pijama, ou inventar um chapéu diferente para a tal festa, ou mesmo improvisar uma fantasia. Outras noites eu tinha de me vestir de convidada para a festa de aniversário das bonecas, não sem antes quase surtar diante dos utensílios da cozinha, besuntados de gelatina ou de brigadeiro e recolher algumas poucas centenas de peças de roupas e sapatos que ficavam “discretamente” abandonados pelos cantos da casa.
Em algumas noites tirei folga e deleguei ao tio a responsabilidade de levá-las ao cinema, afinal, ninguém é de ferro.
O socorro foi maior quando a tia avó as levou para ficar uns dias em sua casa. Eu nem quis saber sobre o cardápio e a agenda de atividades.
Não sei se teria sido melhor tê-las inscrito em algum acampamento ou resorts infantis, pois o saldo financeiro geral, ao final, foi desalentador:
Bem, é óbvio que exagerei sobre os fatos expostos e que foi uma tristeza enorme o momento da despedida, pois sei que só no final do ano as terei comigo, assim tão pertinho, nas próximas férias escolares.
Avós sofrem, viu!
Muita paz! Beijossssssss