quarta-feira, 25 de março de 2009

Ajuda no INSS

Revendo alguns documentos antigos, encontrei formulários e protocolos da época em que fui, junto com minha mãe, dar entrada ao pedido de pensão para ela junto ao INSS, após o falecimento de meu querido paizinho. Sempre fui eu quem deu assessoria aos meus pais em qualquer situação que envolvia órgãos públicos, cartórios, repartições, advogados, etc.
Nos idos de 1990 a burocracia era enorme. Filas imensas, funcionários indolentes, reclamações do público e uma gama sem fim de problemas.
Estávamos na fila, minha mãe e eu, aguardando sermos atendidas. Coloquei minha mãe sentada em um dos bancos próximos, pois ela já estava bastante cansada de ficar em pé. Fiquei na fila. De repente, um tumulto num trecho mais atrás da fila. Correria, pedidos de ajuda, alaridos, etc. Vi que tinha uma pessoa caída ao chão... Minha velha mania de me preocupar quando se trata de pessoas, principalmente as idosas, me levou a olhar mais atentamente e escutar o que falavam. O senhor, caído, foi deixado ali no chão e aquilo me incomodava sobremaneira. Saí da fila e pedi ajuda aos demais para colocarmos o homem deitado em um dos bancos que havia próximo do local, enquanto enfermeiras não chegassem para ajudá-lo. Logo passei de mera expectadora para auxiliar de socorro. Quando o pessoal da enfermagem chegou com água, abanadores e, até, um algodão embebido em amônia para despertar do desmaio o homem, eu ainda estava ali, em pé, aguardando os acontecimentos seguintes.
O homem foi se recuperando, aos poucos, e foi sendo indagado sobre o seu nome, endereço e se estava sozinho, etc, estas coisas básicas que perguntam. Ele foi respondendo tudo. Soubemos que ele residia no bairro do Ipiranga em São Paulo.
O encarregado da assistência social da unidade do INSS em que estávamos veio ajudar naquilo que fosse necessário e perguntou aos presentes se havia alguém que morasse perto do senhor enfermo e que se dispusesse em levá-lo para casa, para que ele não fosse embora sozinho. Caso não houvesse ninguém, eles o levariam de ambulância. O homem disse que não precisaria da ambulância e que preferiria ir embora para casa, de ônibus mesmo.
Eu, com meu velho perfil filantrópico e preocupada com a situação daquele homem me prontifiquei em levá-lo para casa, em meu carro. Porém, ele teria de me aguardar, pois que eu precisaria resolver a situação de minha mãe, ali no posto.
Logo o funcionário passou a ficha do homem para o primeiro atendimento e pegou a minha ficha também, agilizando o andamento dos protocolos para que eu pudesse levar aquele homem para casa, o quanto antes.
Fui até onde minha mãe estava e comuniquei a ela o ocorrido e logo fomos atendidos, o homem e nós.
Assim, pude levá-lo para casa, em meu carro, junto com minha mãe. Levamos o Sr. Antonio até a portaria do prédio onde ele residia, aguardei o porteiro abrir o portão e esperei até ele entrar, já acompanhado de sua esposa que veio em seu auxílio. Só depois, voltei para minha casa, em São Bernardo do Campo, levando minha mãe, toda orgulhosa e feliz por ter o seu pedido de pensão previdenciária agilizado.
Desde aquele dia, nos tornamos amigos, o Sr. Antonio e esposa e nós, minha mãe e eu.
Penso que sempre vale à pena ajudar, seja quem for e em que situação for, quando está ao nosso alcance fazê-lo.

terça-feira, 17 de março de 2009

O que é o amor

O que é o amor?
O Amor abrange a compreensão e a tolerância, pois quem ama compreende o ser amado e sabe tolerá-lo em todas as circunstâncias. Então, deduzo que ainda não sabemos amar.
Abrange também a Verdade, pois quem ama sabe que o alvo supremo do Amor é a Verdade. Ainda não somos capazes de falar e ouvir a Verdade.
O amor egoísta do homem por si mesmo expande-se no desenvolvimento psicobiológico como, segundo se sabe, em amor altruísta, amor pelos outros, a partir do núcleo familiar até à Sociedade, à Pátria e à Humanidade.
O Amor não tem limites, mas nós, os homens, somos criaturas limitadas e estamos condicionados, em cada existência, pelas limitações da condição humana.
Nos só sabemos amar, por enquanto e de maneira especial aqueles que estão ligados a nós nesta vida.
Amamos a todos os seres e a todas as coisas na proporção do nosso alcance mental de compreensão da realidade.
Amamos a nossa Terra, o pedaço do mundo em que nascemos e vivemos e a parte populacional a que pertencemos.
Amamos os que estão além da Terra... Aqueles que nos precederam no túmulo e se encontram em outras dimensões do universo.
Ainda impomos limites ao Amor. Limites temporários da nossa condição humana, nesta nossa fase evolutiva.
É este o nosso primeiro degrau para a transcendência espiritual. Na proporção em que a nossa capacidade infinita de amar se concretiza na realidade afetiva (nascida dos sentimentos profundos e verdadeiros do amor) sentimo-nos elevados a planos superiores de afetividade intelecto-moral, respeitando progressivamente todas as expressões da vida e da beleza em todo o Universo.
O Amor não é gosto, nem preferência, nem desejo — é afeição, ou seja, afetividade em ação, fluxo permanente de vibrações psicoemocionais do ser que se expandem em todas as direções da realidade.
Foi por isso que Francisco de Assis amou com a mesma ternura e o mesmo afeto, chamando-os de irmãos, aos minerais, aos vegetais, aos animais, aos homens e aos astros no Infinito.
Da mesma forma que Jesus amou indistintamente a todos nós, mesmo aos seus algozes.
As ondas do Amor atingem a todas as distâncias, elevações e profundidades, não podendo ser medidas, como fazemos com as ondas hertzianas do rádio.
Depois de ultrapassar os limites possíveis da Criação, o Amor atinge o seu alvo maior, que é Deus, e Nele se transfunde.


Estas duas estrelas fazem aniversário hoje e amanhã.

Hoje (19/03) faz a Claudia, minha irmã caçula, estrela do meu céu familiar.

Amanhã (20/03), minha mãe fará 80 anos. A estrela mater de nosso clã.

Clau....pra você o meu mais carinhoso beijo e o mais forte abraço, recheado de amizade e carinho e respeito.

Mãe...talvez não nos falemos mais, nesta encarnação. Talvez não nos vejamos mais. Mas, o meu espírito a vê e lhe agradece pela dádiva da reencarnação. Você e papai deram-nos, a mim e a meus irmãos, esta chance, por amor.

Sou-lhe grata, mãezinha.Que Deus a recompense e a faça receber o meu amor e gratidão, mesmo em meio a confusão de sua cabecinha, acometida pelo Alzheimer, que veio só para que você pudesse repousar um pouco, depois de tantas batalhas da vida.

Claudia, eu te amo! E sei que você dirá comigo, agora: Mamãe, amamos você!

terça-feira, 10 de março de 2009

Memória esquisita


Às vezes acho esquisito. As pessoas vivem angustiadas. Parecem loucas ou mal educadas. Talvez, quem sabe, sofram de miopia. Parece que não enxergam. Miopia mental, se é que existe isso.
Pessoas chamando outras de querida, perguntando se está tudo bem, ou, como vai a família, numa busca para driblar situações e descobrir com quem estão falando. Confundem mãe com filha, perguntam da saúde de quem já morreu, trocam nomes.
Uma espécie de amnésia persegue muitos de nós. A memória falha. Tem gente que fica revirando a bolsa, procurando os óculos que estão bem na testa ou pendurados ao pescoço. Quantos esquecem as chaves no escritório e não conseguem entrar em casa sem a ajuda do chaveiro de plantão. Guarda-chuva? O que é isso? Parece fora de uso. Nunca nos lembramos de pegá-lo.
Há quem fique escaneando a memória atrás de palavras e informações que se escondem na confusão dos neurônios. Embatucam no meio de frases e acontece o pior: não sabem mais o que iam dizer.
Dezenas de recados, anotados em “post-its” diversos que nem se lembram de ler. A memória cada vez mais cansada, diminuída.
Mas, engraçado que temos memória de elefante para coisas que não tem a menor utilidade prática, como por exemplo, letras de gingles de comerciais antigos, números de telefone das colegas da escola primária, melodias que, a um breve acorde, cenas inteiras revivemos como se tivessem acontecido naquele instante, poesias que recitamos de cor e que aprendemos na infância... Estranho, né? Ou melhor, não é estranho, pois a expressão “de cor” vem do latim cuore, que quer dizer coração e, o que passa pelo coração, nunca esquecemos.
Nem adianta querer dizer que se está ficando velho, porque temos de deixar de lado antigos preconceitos. Mesmo porque, a memória dos jovens não é melhor, tem apenas mais espaço livre.
Desperdiçamos memória com bobagens que nunca iremos usar. Para que serve saber quantos são os afluentes do Rio São Francisco?
Será melhor selecionar as zilhões de informações que recebemos, deletar o que não importa e armazenar o que interessa.
A medicina já é capaz de nos ajudar a potencializar nossa memória. Os médicos indicam certos medicamentos, mas, só irão funcionar se lembrarmos de tomá-los.
Palavras cruzadas são ótimas para o exercício de reter informações. 15 quilos correspondem a uma arroba. Einstein tinha como primeiro nome Albert...
Aquela atriz que fez aquele filme lindo e que o rapaz morre e tenta falar com ela através daquela outra que também fez aquele outro filme em que ela se disfarçou de freira, num convento onde várias freiras cantavam. Lembrei... Esta atriz do filme do rapaz que morreu foi casada com aquele ator, meio carequinha e que também fez aquele outro filme em que era um psiquiatra e que tenta ajudar o menino que via pessoas que já haviam morrido...
Desisto.
Penso que seria melhor instalarmos um upgrade na memória e, também, um sistema de busca.
Busquei no Google e o filme é o Ghost. Isso. Busquei novamente e a atriz é a Demi Moore. A outra é a Woopi Goldberg.
Não levou nem um minuto. É claro que eu sabia! A informação só estava perdida no buraco negro da mente.
Ainda bem. Fiquei mais animada. Já estava me somando ao total de pessoas que só comem gergelim para lembrar o nome do grão.
Oh medicina! Ajuda nosso cérebro avançar tanto quanto avança a ciência!

quinta-feira, 5 de março de 2009


É comum nos considerarmos superiores, inteligentes, privilegiados, pois pensamos que somos os únicos no universo e que Deus populou somente a Terra, dando aos seus habitantes a supremacia absoluta.
Só este pensamento já nos daria a condição de ignorantes, pois Deus, sabedoria suprema, não se daria a caprichos...
O simples fato de fazermos distinções, de excluirmos metade da população terrestre, já nos faz pequenos e limitados.
Nesta época, quando se comemora o dia internacional da mulher, me pego pensando em seu papel na sociedade humana.
Em todas as épocas da humanidade, ela foi discriminada e, até, preterida, pois os homens de certas culturas davam mais valor a animais do que a ela.
Sob a força dos milênios, a mulher vem se superando, vencendo diversas barreiras, rompendo grilhões e tirando amordaças, do jugo masculino que a sobrepuja pelas contingências e desequilíbrios de todos os tempos.
Mas, por mais que os homens a espezinhem, a subjuguem, a amaldiçoem, a desprezem, a marginalizem, eles não podem negar a sua importância no mundo, detentora da chave da vida que ela é.
Todos somos iguais, diante de Deus, mas, Ele nos outorgou funções e responsabilidades diferentes para que o conjunto fique perfeito.
Há que se tirar o ranço de velhas culturas que mostraram a mulher, ao longo dos milênios, como objeto de pouco ou nenhum valor.
A cultura machista, sustentada pelo Velho Testamento que faz da mulher inferior e perigosa, responsável pelo “pecado original” que prejudicou toda humanidade, predominou nos corações durante muitos séculos.
Para mim, cristã que sou, considero importantíssimo o papel de Jesus, não só pelas lições de amor deixadas para toda a humanidade, mas, sobretudo, pela coragem de Jesus ao enfrentar a Lei que autorizava o apedrejamento da mulher nos casos de adultério. Liberdade e responsabilidade: “Aquele que estiver sem pecado, atire a primeira pedra... Mulher, onde estão os que te acusam? Eu também não o faço! Vá e não tornes a errar, para que não te suceda o pior”. Ao olhar em torno e verificar que aqueles que se sentiam autorizados a apedrejá-la haviam sido destituídos deste poder por força dos próprios erros, postos em foque pela autoridade de Jesus, teve a mulher condições, até então desconhecidas, para empreender sua luta redentora.
A partir daí, muitos outros homens levantaram bandeiras em defesa da mulher, deixando-nos exemplos valorosos de dignidade e respeito. Somente as mentes evoluídas no bem, são capazes de compreender e tudo fazer para que se faça a igualdade.
Pouco fizemos e muito temos a fazer. O caminho é árduo, pois muitos são os obstáculos quanto à injustiça, abuso de força sobre a fraqueza decorrentes do pouco avanço moral da raça humana.
Se Deus deu menor força física à mulher, dotou-a, ao mesmo tempo, de maior sensibilidade, relacionada com a delicadeza das funções maternais e a fraqueza dos seres confiados aos seus cuidados. Funções estas de enorme importância, já que geram as primeiras noções da vida. E isso será sempre assim... A mulher trazendo à vida os seres humanos. E nisso vemos um recado direto e precioso de Deus que é o corpo físico humano, pois, embora a mulher iguala-se definitivamente ao homem pelos direitos, diferencia-se dele quanto às funções, dando-lhes a chance de se completarem mutuamente neste processo evolutivo.
Quero deixar, aqui, meu preito a todas as mulheres: mães, esposas, companheiras, irmãs, profissionais de todos os segmentos... Que nosso coração seja sempre a estrela brilhante de força, esperança, fé, amor e paz que faça cessar para sempre a luta entre os dois sexos, estas duas metades da humanidade que devem se aliar sempre, buscando o equilíbrio no amor, para cooperarem juntas na grande obra Divina que é a história da humanidade.