A caminho do trabalho, sempre fico ouvindo o rádio para saber sobre as novidades, que não são muitas. Hoje, na rádio Bandeirantes, logo cedinho, falava-se sobre os 70 anos do estádio Paulo Machado de Carvalho, o conhecidíssimo Pacaembu, de Sampa, inaugurado em 27 de Abril de 1940.
Orgulhosa, fui ouvindo sua história que se misturava à história de meu avô materno, filho de imigrantes italianos e louco por futebol e à de meu amado pai, mineiro vindo ainda adolescente para São Paulo e que, igualmente, adorava futebol.
Ao longo da Rodovia dos Imigrantes, fui ouvindo o locutor e me lembrando de quando meu pai e meu avô contavam sobre o feito maravilhoso.
A televisão, rádio, internet e jornais estão repletos de detalhes sobre tão importante monumento que é o Pacaembu, mas, em minha memória os detalhes eram especiais, pois eu via os olhos expressivos de meus amados pai e avô contando-nos como havia sido, quais as dificuldades e, ainda, sobre a rodada dupla que teve no dia seguinte ao da inauguração.
Indignado, meu avô relatava sobre a maneira desrespeitosa, segundo ele, do público receber sob vaias o então Presidente da República, Sr. Getúlio Vargas, que foi assistir ao desfile e outras homenagens da inauguração, juntamente com Ademar de Barros e Prestes Maia, respectivamente governador e prefeito da época.
Os famosos jogos da estréia, sendo o primeiro Palestra Itália contra Sport Coritiba, Sport abrindo o placar com o gol de Zequinha, mas o jogo finalizou com o placar de 6 a 2 para o Palestra, sendo este o atual Palmeiras, clube que mais comemorou títulos no Pacaembu.. O Segundo jogo, a convite da prefeitura da cidade de São Paulo, Corinthians e Atlético Mineiro, com o placar de 4 a 2 para o Corinthians, contava-nos meu amado pai, cheio de orgulho de seu time do coração.
Por 10 anos o Pacaembu foi o maior estádio da América do Sul, perdendo seu posto para o Maracanã, em 1950.
Pacaembu foi a base de muitos jogos importantes da seleção brasileira de futebol e por longo tempo foi o local oficial de jogos nacionais e internacionais, deixando de ser sede obrigatória depois a inauguração do Morumbi, em 1960.
Ícone importante de São Paulo, recebeu inúmeras estrelas de nosso futebol, além de tantos outras estrelas internacionais. Foi uma das principais sedes dos jogos Panamericanos de 1963.
Suportou as mazelas do tempo, passou por profundas mudanças, entre elas a derrubada da concha acústica e a construção do tobogã atrás do gol à direita das cabines de imprensa.
Pacaembu orgulha-se, também, de ser um dos maiores divulgadores para o país do talento do garoto magrinho que usava a camisa branca do Santos, Pelé, que tem números impressionantes no estádio do Pacaembu. Em 119 jogos marcou 115 gols.
Hoje é atual casa do Corinthians, o Pacaembu também sedia, anualmente, a final da Copa São Paulo de Juniores, sempre no dia do aniversário da cidade de São Paulo, em 25 de Janeiro.
Sei que meu amado pai e meu querido avô sentiriam-se orgulhosos por ver o Pacaembu como um dos principais pontos turísticos da cidade de São Paulo, com a inauguração, em 2008, do Museu do Futebol em suas dependências.
Em seu aniversário de 70 anos, o Pacaembu ganha um importante presente que é ser palco da finalíssima do campeonato Paulista-2010.
Parabéns, Pacaembu. Parabéns, São Paulo. Parabéns, Brasil.
11 comentários:
Um dos estadios mais charmosos do pais. Parabens para ele e para vc pela lembrança!!
Fui há muito tempo.
Parabéns, Pacaembu. Parabéns, Sampa.
Beijo, Soninha.
Amor, lnido este teu texto falando do estádio mais simpático da nossa Sampa.
Nele assisti jogos memoráveis do meu Palmeirs, da Seleção Paulista e da Seleçao Brasleira.
Nele assisti diversas provas internacionais de atletismo e tambem desfilei em homnagem às Pátria no 7 de setebro de antanho.
Parabéns minha cronista paulistana.
Olá Soninha!!!
Minha relação com o futebol já foi melhor nos tempos em que Andrade jogava no flamengo...mesmo assim fiquei encantado com o flash em sua memória, provocado pela data de aniversário aniversário do estádio...Parabéns primeiro a você pelo texto e depois pro Pacaembu que agente acaba tratando como se fosse uma pessoa...isso é muito estranho mesmo!!!
Abraços!!
Parabéns, Soninha, por tão belo texto, e por cultivar com carinho tantas lembranças familiares... Lembrei-me tambpem do dileto São Januário, por muito tempo o maioral antes do Maraca... E Getúlio também estava lá: bons tempos que não voltam mais... Abração!
Soninha, sempre atrapalhada, exclui o blog pessoal sem guardar os links dos amigos.
Deixei um post explicando os motivos por uns dias antes de excluir.
Não estava conseguindo manter os dois. Pretendo voltar com um blog pessoal com posts semanais, aí acho que dá para manter.
Sabe como é, o tempo anda curto.
Beijos
Até hoje ainda me lembro do tititi e da euforia da inauguração do Maracanã em 1950, ano em que cheguei ao Rio. Meu beijo.
Lindo texto, Soninha.
Falas de modo delicado e profundo de Lembranças que marcaram e que semeiam saudades. Sempre é maravilhoso te ler.
Obrigada pelo carinho.
Beijo
Que texto lindo, e que lembranças! Que bom a gente ter lembranças assim para guardar! Parabéns. Beijo grande
estou na fase do relembrar, por isso seu texto me cai deliciosamente. nossas lembranças têm alguns lugares comuns, embora a história seja diferente. mas é gostoso entrelaçar gentes e lugares, né?
desculpe o meu sumiço, minha querida. apesar dele, te gosto demais, viu?
beijão
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