Eu ainda era uma menina, mas, ansiava pela minha emancipação. Eu queria ter uma casa só minha, uma vida só minha.
Quando jovens somos acometidos por muitas ilusões.
Casei-me jovem, em Fevereiro de 1977. E queria ser mãe. Ah! Como eu queria! Nasci para ser mãe. Eu queria ficar grávida logo e, logo, fiquei.
Que alegria! Um ser vivo, se formando dentro de mim. Em breve, um coraçãozinho pulsaria, em compasso diferente, mas junto com o meu.
Por nove meses aquele ser seria todo meu...Era todo meu.
A cada dia que se passava, aumentava minha vontade de ver aquele rostinho, pegar naquelas mãozinhas, beijar aquela face.
A cada semana minha barriga crescia um pouquinho mais. Eu amava minha barriga. Conversava com ela, a acariciava. Olhava-me no espelho e ficava toda orgulhosa.
Finalmente, o grande dia chegou. Era uma tarde do dia 04 de Abril de 1978. Às 16 horas, na sala de parto do Hospital João XXIII, no Parque da Mooca, em São Paulo, através de um parto normal, ouvi seu choro. Um brado de vida que me encheu o coração de imensa ternura. Eu dei à luz a uma menina linda. Pele rosada, lábios vermelhinhos, poucos cabelos e um pulmão poderoso que fez todo o setor ouvir seu grito de vida. O médico a colocou sobre mim, ainda toda lambuzada de sangue e resíduos placentários, até que cortasse o cordão umbilical e minhas lágrimas de felicidade deram-lhe as boas vindas.
Não levou a famosa palmada no bumbum, pois saiu de dentro de mim já chorando, enchendo seu pulmãozinho de ar.
Naquela hora eu jamais poderia imaginar o que o destino nos reservava. Eu, também, não sabia que eu não poderia evitar as palmadas que a vida lhe daria. Eu não sabia que eu seria impotente para evitar os sofrimentos que certas atitudes lhe trariam.
A minha menina foi cercada de conforto, carinho, respeito e amor. Mas, todos estes ingredientes não impediram que ela tomasse decisões.
Minha menina virou adolescente. Rebelde sem causa.
Minha menina se apaixonou. Enfrentou o mundo em nome deste amor.
Um dia, a minha menina se tornou mãe. Mãe de menina.
Devo confessar que ela também nasceu para ser mãe. Mãe de meninas. Hoje são quatro. Quatro sementes de minha semente. Na verdade, hoje tenho cinco meninas. Sou feliz.
Neste próximo dia 4 de Abril, quero lhe abraçar muito, minha filha. Comemorar seu aniversário todas nós. Nathalia, Anna Luiza, Fernanda, Giovanna, Kátia e eu. O clube da “Luluzinha”.
Os meninos irão morrer de inveja.
Eu amo você, Kátia, minha menina, assim como amo suas meninas.
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9 comentários:
Lindo, lindo, ou melhor, Lindérrimo texto.
O amor na sua expressão maior se fez presente.
Mão importa o quanto esse fruto foi magoado pela vida, é tua semente, é o simbolo do teu amor e nunca poderá ser preterido ou esquecido.
Conhecendo-te, sei que não seria necessário chegar o dia 4 de abril para a comemoração, todos os dias são dedicados a esse amor.
Parabéns pelo texto e pela filha.
Parabéns, lógico, a ela tambem pela mãe que Deus lhe deu.
Caramba, amiga... vc fez um estrago (no bom sentindo) no meu coração... to aqui chorando que nem uma boba... morrendo de saudade da minha filhota.
É lindo demais, ver e sentir um amor maternal! É um sentimento puro de amor completo.
Pra vc e para o clube das "Luluzinhas", especialmente a aniversariante, toda a felicidade do mundo.
Beijos, querida!
Soninha, que Lindo!
Muito lindo, mesmo!
Me emocionei ao ler o texto.
Sabe, meu grande sonho/desejo é ser mãe, inclusive falei sobre isso hoje lá no happiness.
Parabéns a Sua Filha!
Parabéns a Você por ser essa Mãe Maravilhosa!
Beijão
Tardo mas chego, né? Para falar sobre a mulher nada melhor do que uma digna representante com o cabedal que você ostenta, com a sensibilidade que lhe é peculiar e o amor que não canta só em prosa e verso, transcende! Assista-se ao slide show é ali sua transcendência. E não é por falta de memória que demorei, talvez por excesso de lembranças que me atiça a sair à cata da satisfação de querer saber e mais entender o que os olhos, ouvidos e outros sentidos alcançam e registram. Me parece que registros do início e meados da vida são duradouros porque gravados ficaram em células permanentes, enquanto duram ...rs. Dizem que os encontros dos cabos que as ligam se deterioram primeiro, e por isso as falhas, assim como os telefones que inteiros pela fiação roída ficam mudos... Um futuro melhor se avizinha. Voltando ao amor ele é tudo que escreveu e me reencontro estarrecido com o uso da amônia para despertar pessoas. Um dia no Pronto Socorro resolvi cheirar a amônia; a dor que senti pelo nariz a dentro comparei a um punhal cortando até ao cérebro. Uma bruta sacanagem e perigosa. Lutei e consegui que a direção proibisse seu o uso. No mais, parabéns pelo seu exclusivo Clube da Luluzinha. Bom fim semana Beijos.
Olá Soninha! Vc deixou um recado para o Juliano lá no meu blog........rsrsrs........Não sei quem ele é, mas gostamos muito da sua visita
Passei aqui para retribuí-la e teive o prazer de ler esta homenagem tão linda ás mulheres de sua vida.
Apareça sempre!
Abraços
carmen e Maria Celia
Comadre,
Apesar de sofrermos por nossos filhos, de sentirmos todas as suas dores e muita s vezes nada podendo fazer, não existe nada mais glorioso do que ser mãe!
Beijos
Menina, há poucos dias falei sobre a maternidade tb. e eu me sinto meio corujona, meio babona, meio... enfim! Acho q qq comentário que eu fizesse seria repetitivo...
Mas ó, me dá um baita orgulho o fato de só nós, mulheres, sabermos/sentirmos (d)a Maternidade...rs
Beijos, moça!
Soninha,
embora atrasado, você sabe que no fundo do meu coração existe um espaço que é seu e do Miguelito e, como tal, recebe todos os seus (e dele) queridos. Assim, parabéns atrasado à Kátia, à mãe dela que plantou seu jardim com tanto amor que este só poderia multiplicar-se. Parabéns a todas as Luluzinhas!
Beijos.
Não há amor maior que o amor de mãe. Isso parece lugar-comum, mas só as mães sabem o quanto é verdadeiro, né?
Que todos os dias da Kátia, da Sonia e das netinhas sejam cheios deste amor - porque no amor tudo se pode!
Beijo, querida!
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