segunda-feira, 29 de março de 2010

Outono

Interessantes as quatro estações, estas mudanças climáticas que acontecem em determinados períodos do ano, que tem como responsável o movimento de translação da Terra.
Acho fascinante o outono, por ser a fase de transição entre o verão e o inverno.
Outono tem cara de justiça, no meu modo de ver, pois ele apresenta características das duas estações e um especial esplendor. Cenário perfeito para reflexões.
Outono é apaziguador e chega como um bálsamo em nosso auxílio. Vem amenizar o calor, reduzir um pouco a chuva, tem até nevoeiro em alguns lugares, deixando a paisagem incrível.
Dias e noites ficam exatamente iguais, do mesmo tamanho...mesma duração...que legal!
No outono também temos o equinócio, que são momentos em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar...Mais uma conotação de justiça.
O mais fantástico do outono é a coloração da paisagem. No hemisfério norte as folhas ficam mais amareladas, dando um tom dourado e avermelhado, ao entardecer...lindo!
A natureza se renova, no outono...assim como o renovar da esperança em nossos corações.
As folhas, salpicadas pelo ar, sob a dança dos ventos, lembram o aceno de lenços nas despedidas, assim como nas saudações de chegada.
De repente, elas repousam sobre o chão e evocam a brevidade de nossos dias.
Os pássaros se recolhem e se aquietam mais cedo. Sentem o inverno se aproximando. Irão se acasalar para que, na primavera, seus filhotes venham dar continuidade às espécies. Sim. A vida se renova.
Ah, o outono!
Não poderia deixar de citar sobre os frutos que, nesta época do ano, amadurecem, começam a cair das árvores, num verdadeiro festival de perfumes, cores e sabores.
Aguça o paladar...sentimos vontade de degustar algumas iguarias tradicionais que só as temos no outono.
O clima mais fresco do outono pede combinações de alimentos mais condimentados, de caldos, frutas secas, grãos, pães, além das frutas frescas, verduras e legumes desta época...Só nos cabendo o bom senso e equilíbrio para não exagerarmos nas doses e adquirir alguns quilos a mais.
As frutas frescas falam por si e dão um show em todo o outono, sem precisar de apresentações.
Deixo-lhes, aqui, uma receitinha de outono, bem legal, com grãos, fácil e saudável.
Feliz outono para todos! Muita paz!
Bolinho de lentilha e aveia:
Ingredientes:
2 xícaras de lentilha cozida, escorrida e amassada.
1 xícara de migalhas de pão (pode ser farinha de rosca caseira)
½ xícara de aveia
sal a gosto
1 cebola ralada
pimenta branca ralada na hora
Para assar:
farinha de trigo
azeite
Modo de fazer:
Misture muito bem os primeiros seis ingredientes. Faça pequenas bolinhas e asse em forma untada com azeite e enfarinhada ou forma anti aderente levemente untada com azeite, em forno pré aquecido por ceca de 10 minutos
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terça-feira, 23 de março de 2010

Nossa luta continua

Isso já sabemos...Que vivemos em uma sociedade desproporcional e injusta.
Entendo que para acabar com a disparidade social não depende única e exclusivamente dos órgãos governamentais e que não podemos mais ficar como meros espectadores.
Alguns pequenos gestos, algumas ações, determinadas iniciativas são tão poderosas e capazes de mudar o futuro de uma pessoa, de uma família, de uma comunidade e até mesmo de um país.
É urgente e imperativo que tenhamos ciência disto e que façamos algo. Começando por eliminar de nossa vida a inércia e o desculpismo.
No degrau evolutivo em que nos encontramos já não podemos mais dizer “não posso fazer nada”.
Geralmente, o que afeta diretamente uma pessoa não é objeto de interesse da grande maioria, mas, vivemos em sociedade, em grupos sociais, fazendo de cada um de nós responsáveis pelo bem estar social, exigindo atitudes pelo bem de todos, indistintamente.
Chega de omissões.
Está se tornando insuportável ouvir que a culpa é do governo e que não podemos fazer nada.
Insuportável também ficar ouvindo críticas e ver que se espera muito dos outros sem dar o primeiro passo, sem ações que revertam a situação.
Mas, vale lembrar, tem muita gente disposta a fazer o bem sem olhar a quem.
Muitas ações sociais estão aí e trazem imensos benefícios às comunidades.
Vamos arregaçar as mangas? Vamos agir também?
Não há o que pague ver o sorriso de uma criança, a esperança de um desempregado, o afeto de um idoso, a alegria dos cidadãos, os gestos carinhosos dos mais necessitados, dos mais carentes, que são assistidos e amparados.
Acredito que, com empenho, dedicação e força de vontade, amanhã nossa sociedade será única, sem desigualdade e injustiça sociais.
Nossa luta continua.
Muita paz!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Debaixo da escada da sala

Ah, dona Sonia, não sei mexer nesse troço, não! Assim se justificava a Josi, auxiliar doméstica, em meu primeiros tempos de casada, nos idos de 1977.
Josicleide, ou simplesmente Josi, como gostava de ser chamada, era uma destas pessoas muito simples, vinda do nordeste do Brasil para São Paulo, tentar uma vida melhor, com trabalho honesto. Sem instrução escolar alguma e já com idade madura, obviamente se prestou aos serviços domésticos, função que desempenhava muito bem, pois era limpa e organizada.
Mas, quando o assunto era telefone, ela entrava em pânico. Tinha medo de chegar perto do aparelho. Chegava até a chorar, caso eu insistisse para ela atender.
Naquela época eu ainda lecionava e tinha de sair em determinados horários, deixando Josi em casa, trabalhando solícita.
Josi, se o telefone tocar, atenda, por favor e anote os recados.
Deus me livre, dona Sonia, desconjuro, valha-me Deus.
Deixe disso, Josi. Você precisa vencer este medo e aprender a atender ao telefone. Você verá como sua vida vai mudar. Encurtam-se distâncias com ele. Ficamos pertinho das pessoas, mesmo quando elas estão bem longe.
Com muita insistência de minha parte e com muita paciência, fui demovendo este bloqueio de Josi. Após alguns meses, ela, até, atendia quando o aparelho tocava...ficava ouvindo, sem nada dizer. Só balançava a cabeça, concordando ou discordando, como se estivesse conversando pessoalmente.
Eu insistia para ela falar, pois a outra pessoa não a estava vendo.
Josi, diga alo....diga de onde está falando...
Como é que faz, dona Sonia?
O telefone toca, você atende e diz alo. A pessoa do outro lado, provavelmente, dirá alo e perguntará de onde fala. Então você responde que é daqui de casa. Tem que falar de onde está falando, entendeu? Entendi.
Neste instante, o telefone toca.
Atenda, Josi. Sim, senhora.
Alo. Alo. De onde falam?
E, Josi, corajosamente responde: Debaixo da escada da sala.
O telefone ficava sobre a mesinha console, bem debaixo da escada da sala de estar e ela não se fez de rogada...respondeu com exatidão.
Depois de muito rir, fui em seu auxílio e atendi ao telefone.
Claro que, depois, lhe expliquei a forma correta de atender.
Realmente, a vida de Josi mudou. E a minha também, com a conta de telefone bem gorda, pelas muitas ligações que Josi passou a fazer para seus familiares.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Mais um dia


Mais um dia começa e ele é todo nosso.
Que alegria acordar e perceber vida. Ver a luz do dia, sentir os aromas, respirar...
Vida é benção, realmente. Agradeço a Deus, pela dádiva da vida.
Que bom! Mais uma manhã, mesmo depois de tantas etapas difíceis, mas, vencidas. Mais um dia que podemos trabalhar, cumprir etapas, vencer desafios.
Entre um afazer e outro, respirar e sentir vida....sentir nosso corpo, nossos órgãos...vida correndo em nós.
A vida é bela e Deus nos presentou com muitos momentos maravilhosos e com muitos recursos. Nossa inteligência, nossa capacidade de comunicação já são indícios de nosso privilégio, faltando-nos, talvez, um pouco mais de determinação e iniciativa para que nosso rumo se acerte.
Somos felizes.
Feliz vida para todos! Muita paz!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Palavras

Duas mulheres juntas jamais ficarão sem assunto, seja onde for.
Mulheres são muito mais prolixas. Ricas, eu diria, em vocabulário.
Já os homens são mais lacônicos. E, ainda, reclamam das mulheres. Nos chamam de faladeiras. Pode isso? Quanta insensibilidade!
Miguel, por exemplo, fica indignado quando nossa manicure vai lá em casa. Enquanto o trabalho se desenrola não paramos de falar.
Ao longe, ele fica nos imitando, fazendo alguns ruídos, parecidos com os de alguns pássaros.
Nem sofro!
Penso que, na verdade, ele morre de curiosidade sobre o que estamos falando. E, também, por não ter tanto assunto quanto nós.
Aliás, homens só sabem falar sobre futebol ou sobre mulheres. Muito restrito, não é mesmo?!
Numa festa, por exemplo, um grupo de mulheres consegue conversar sobre filhos-marido-casa-compras-moda-regime-médico-receitas-cabeleireiro-fofoca-filmes-mãe-viagem-empregada-cachorro-educação-academia-trânsito-segurança-medos-sonhos-problemas-confissões-desejos, com todos os detalhes.
Numa fila de banco, podemos fazer amizade com todos os que estiverem na fila também. Na sala de espera do consultório do ginecologista podemos fazer diversas amigas, com assuntos variadíssimos, como prática sexual na gravidez, os perigos da depressão pós-parto, dicas de amamentação, dietas para recuperar o antigo peso, como administrar as dores de barriga do recém nascido e reconhecer cada tipo de choro, receitas de papinhas, telefones de emergência, tipos de anticonceptivos, endereços de lojas de roupas especializadas, etc.
Agora, imaginem dois homens na antessala do urologista, aguardando para fazer exame de próstata?
Podemos desfilar o novo corte de cabelo, após ficarmos horas no salão, em frente ao marido esperando um elogio para ouvir o resmungo: ficou bom. Ao contrário dos detalhes que daríamos, após eles voltarem do barbeiro: poderia ter aparado mais aqui ou ali; você deixou costeletas? Qual xampu usou?; tingiu o bigode?; está cheio de cabelinhos pela roupa toda; etc.
Mas, a verdade, quero crer, os monossílabos masculinos só podem ter origem no dialeto tupiniquim.
Chiu, quando está assistindo ao futebol. Chiu quer dizer choro. Creio que eles querem dizer para chorarmos, até acabar o jogo, né?! Na cama, mal começa a dizer queri...e já está roncando. Quis dizer dormir, em tupi guarani.
Domingão, pela manhã, ele acorda e diz Embu. Rapidinho arrumamos tudo para passarmos um dia na cidade das artes. Ele nem entende. Embu, quer dizer relaxar, ficar deitado, tranquilo. Reclamamos e eles dizem “OK”, reafirmando o seu desejo de ficarem em casa, tradução literal de oca.
Tem sido assim e assim será, para todo o sempre. Será?
Penso que sou eu quem está lacônica, hoje. Sorry!


PS: Ainda estou arrumando minha oca. Muita correria.
Muita paz! Beijossssss