quarta-feira, 22 de abril de 2009

Reflexão

Tenho lido textos interessantes em blogs amigos. Alguns destes textos tem me levado a reflexões e a discernir sobre muita coisa.
De tudo que tenho lido, foquei minha atenção em três pontos importantes, no meu modo de ver. A questão da tolerância, a arte e os modismos.
Em tempo de globalização, a cultura de todos os povos tem relevante importância neste processo. Enquanto a educação formal treina a capacidade de assimilação e análise, levando à interação social, a cultura de cada povo desenvolve sua alma, colaborando para o desenvolvimento de sua sensibilidade.
Como seres humanos, somos essencialmente emocionais, muito mais que racionais, numa proporção que produz a fantástica reação de alegria e vontade de viver.
Entendo que temos de libertar a cultura dos povos para abrirmos as portas da sensibilidade, atingindo todas as pessoas, facilitando e promovendo a arte, o talento, a criatividade, a interpretação, na vida de todos nós. Vejo a cultura como a linguagem universal, livre de qualquer código vocal, de qualquer nível de preparação e que rompe barreiras e limites de qualquer ordem, levando o ser humano de todos os credos, cor, raça, classe social a se emocionar com a criatividade através da cultura e da arte.
Talvez ainda não tenhamos descoberto, efetivamente, a importância da cultura neste processo de engrandecimento de todos e, trabalhar os limites naturais dos recursos de que dispomos é um passo importante, tendo em vista que é óbvio o fato de sermos diferentes uns dos outros, no que se refere ao potencial de entendimento que utilizamos na assimilação de qualquer coisa.
Com relação à cultura de outros povos, por exemplo, a trazemos para nos vestir nos ditames da moda, para decorar nossas casas, para cantar algumas canções, para usar determinadas expressões, mas, ainda não trazemos todos os povos aos nossos corações e não os vemos como irmãos.
Para sermos tolerantes, efetivamente, muitos outros passos importantes teremos de dar, como a educação, a compreensão, o raciocínio, a gentilidade
, entre outras, procurando dar o melhor de nós para que a sociedade seja melhor como um todo.





Recebi um selinho da Jeanne, do blog: http://conscienciaevida.blogspot.com/


Jeanne, agradeço pelo carinho e pela lembrança.

Regras:
1 - Exibir a imagem;
2 - Postar o link do blog que o premiou;
3 - Publicar regras;
4 - Indicar 10 blogs para receber o selo;
5 - Avisar aos indicados.
Repasso o selo para:

Miguel, do Prosa e Verso
Dora, do Pretensos Colóquios
Ana Lúcia, do Essência sem Fronteira
Beti Timm, do Rosa Choque
Aline, do cherryblog3
Eurico, do Eu lírico
Eráclito, do Recanto Poético
Kátia, do Sonho em foco
Crys, do jardim de letras
Karine, do Ponto-K

terça-feira, 14 de abril de 2009

Saudade de tudo

Tem dias que acordamos com saudade de tudo. Determinadas imagens, determinados cheiros, nos levam a lembranças do passado. Bate aquela saudade danada.
Abri minha janela do quarto, pela manhã, e vi alguns meninos empinando suas pipas, numa conversa centrada sobre técnicas de manuseio das pipas, sobre tipos de linhas, cerol, etc. Senti tanta saudade de minha infância quando eu ajudava ao meu irmão a confeccionar as pipas para, depois, sairmos correndo pela rua a empiná-las.
Queria ser criança de novo e acordar de manhãzinha com aquele cheirinho gostoso de café, coado no coador de pano, com minha mãe nos chamando para irmos à escola. Mas, não sem tomarmos nossa xícara, enorme e esfumegante, de leite com café e um naco de pão de filão, tão quente que derretia a manteiga, daquelas de lata. Lá íamos nós, meus irmãos e eu, para a escola, levando nossas lancheiras com sanduíches de mortadela ou pão doce recheado de creme e nossas garrafinhas com suco de groselha ou mesmo laranjada.
Quando voltávamos da escola, muitas vezes íamos seguindo o homem do biju, ouvindo o trec trec e já combinando entre nós o modo como iríamos pedir o dinheiro para a mamãe para podermos comprar.
Lembrei-me da vendinha na esquina, onde tinha tanto doce que ficávamos na dúvida sobre qual comprar, se o de abóbora em forma de coração, o de batata roxa ou o suspiro cor de rosa.
Tantas guloseimas...Fez-me lembrar, também, do homem que vendia língua de sogra, um doce com massa assada, em forma de canudo e recheada com creme. Também a barraca de queijadinha, quebra-queixo, maria mole, machadinha, cocada...hummmm! Que saudade!
Saudade da hora do almoço, quando mamãe e nós, sentávamos à mesa para saborearmos as comidinhas simples, cheirosas e super saborosas que eram o feijão com arroz, bife e batatas fritas na hora. Quando tinha bolinho de espinafre ríamos da cara feia que meu irmão fazia e a maneira como conseguia convencer mamãe e trocar por um ovo frito.
Nas noites frias, uma sopa bem quente, de mandioquinha, de legumes com macarrão aletria, sopa de feijão ou canja de galinha quando estávamos doentes.
Saudade dos finais de semana, quando minha mãe preparava, em casa mesmo, deliciosas pizzas e do almoço de domingo com aquela bela macarronada, frango na caçarola e salada de maionese. Como sobremesa não podia faltar manjar branco com calda de ameixa, arroz doce, pudim de pão, doce de abóbora ou mesmo goiaba cascão com queijo minas macio.
Quando passava a carrocinha da Kibon era aquele alvoroço da criançada, pedindo chicabon ou esquibon, lembram? Mas, se estivesse com dor de garganta só podia comer chocolate kicoisa ou kibamba, tanto faz.
Ah! Que saudade das frutas frescas, muitas delas, colhidas no pé, quando íamos em férias para casa de nossa bisavó, no interior de SP ou em casa de nossas tias, no sul de MG. Mangas cheirosas, mexericas, pitangas gorduchas, jabuticabas que estouravam na boca, abacates arremessados da arvore por meu irmão, metido a valente e que sempre subia nas árvores para apanhar as frutas e soltá-las para que pudéssemos pegar em nossas saias rodadas, que serviam de aparadores. Entre suor e gargalhadas voltávamos correndo para a casa da Bisa e despejávamos tudo sobre o chão de cimento batido e encerado de vermelho. Em verdadeiro ritual, começávamos o processamento dos sucos e vitaminas, deixando nossa Bisa e nossa mãe com os cabelos em pé, por tantos pedidos ao mesmo tempo.
À tarde, enquanto brincávamos explorando o lindo quintal, repleto de árvores e esconderijos, sentíamos o perfume delicioso dos bolos de fubá ou de milho, de mandioca ou de chocolate, que logo seriam degustados com goles sôfregos de leite com café, ou, com groselha nos dias mais quentes, suco de laranja sem coar para não tirar o prazer de mastigar os pedacinhos de bagaço.
Nas tardes mais geladas, enfiados sob cobertores ou colchas de retalho, mamãe nos trazia mingau de aveia, de cremogema ou de maisena.
E as festas juninas? Quanta saudade. Além de toda comilança das paçocas, pés de moleque, pamonha, curau, tinham as danças inesquecíveis das quadrilhas mal ensaiadas entre os familiares e amigos, as barraquinhas da pesca, da argola, do tiro ao alvo, do pau de sebo.
As festas de aniversário com muitos brigadeiros, beijinhos, cajuzinhos, balas de coco embrulhadas em papel crepom rosa ou azul, o bolo recheado com doce de leite e confeitado por mamãe que não vencia de vigiar para que não ficasse a marca de nossos dedos abelhudos sobre o glacê e bolinhas coloridas.
Tanta saudade de meu amado pai, ralhando com minha mãe e a dizer para que deixasse a criançada fazer o que quisesse, pois que a festa era nossa.
Ah! Papai do céu! Hoje é você que o ouve cantar bem alto a canção do parabéns a você, junto com todos os nossos avós, tios, sobrinhos, parentes, amigos, que já estão aí no céu, com meu querido pai.
Saudade de tudo
.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Minha menina

Eu ainda era uma menina, mas, ansiava pela minha emancipação. Eu queria ter uma casa só minha, uma vida só minha.
Quando jovens somos acometidos por muitas ilusões.
Casei-me jovem, em Fevereiro de 1977. E queria ser mãe. Ah! Como eu queria! Nasci para ser mãe. Eu queria ficar grávida logo e, logo, fiquei.
Que alegria! Um ser vivo, se formando dentro de mim. Em breve, um coraçãozinho pulsaria, em compasso diferente, mas junto com o meu.
Por nove meses aquele ser seria todo meu...Era todo meu.
A cada dia que se passava, aumentava minha vontade de ver aquele rostinho, pegar naquelas mãozinhas, beijar aquela face.
A cada semana minha barriga crescia um pouquinho mais. Eu amava minha barriga. Conversava com ela, a acariciava. Olhava-me no espelho e ficava toda orgulhosa.
Finalmente, o grande dia chegou. Era uma tarde do dia 04 de Abril de 1978. Às 16 horas, na sala de parto do Hospital João XXIII, no Parque da Mooca, em São Paulo, através de um parto normal, ouvi seu choro. Um brado de vida que me encheu o coração de imensa ternura. Eu dei à luz a uma menina linda. Pele rosada, lábios vermelhinhos, poucos cabelos e um pulmão poderoso que fez todo o setor ouvir seu grito de vida. O médico a colocou sobre mim, ainda toda lambuzada de sangue e resíduos placentários, até que cortasse o cordão umbilical e minhas lágrimas de felicidade deram-lhe as boas vindas.
Não levou a famosa palmada no bumbum, pois saiu de dentro de mim já chorando, enchendo seu pulmãozinho de ar.
Naquela hora eu jamais poderia imaginar o que o destino nos reservava. Eu, também, não sabia que eu não poderia evitar as palmadas que a vida lhe daria. Eu não sabia que eu seria impotente para evitar os sofrimentos que certas atitudes lhe trariam.
A minha menina foi cercada de conforto, carinho, respeito e amor. Mas, todos estes ingredientes não impediram que ela tomasse decisões.
Minha menina virou adolescente. Rebelde sem causa.
Minha menina se apaixonou. Enfrentou o mundo em nome deste amor.
Um dia, a minha menina se tornou mãe. Mãe de menina.
Devo confessar que ela também nasceu para ser mãe. Mãe de meninas. Hoje são quatro. Quatro sementes de minha semente. Na verdade, hoje tenho cinco meninas. Sou feliz.
Neste próximo dia 4 de Abril, quero lhe abraçar muito, minha filha. Comemorar seu aniversário todas nós. Nathalia, Anna Luiza, Fernanda, Giovanna, Kátia e eu. O clube da “Luluzinha”.
Os meninos irão morrer de inveja.
Eu amo você, Kátia, minha menina, assim como amo suas meninas.